tag:blogger.com,1999:blog-5506803465957941862024-03-05T06:12:01.185-03:00Outra PontaAlexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-65577960842207537522011-04-08T00:23:00.000-03:002011-04-08T00:23:29.605-03:00A voz do povo.Da satânica tragédia numa escola do Rio de Janeiro, queria falar sobre a irracionalidade. Mas não vou falar do animal que atirou nas crianças, quero falar de outros irracionais. É que os populares que estavam no fervor daquela manhã aos redores da escola estavam totalmente transtornados, e não podia ser diferente.<br />
Porém, a comoção que tomou conta deles quase causou outra tragédia quando um parente do atirador chegou à escola. A multidão que lá estava tentou o linchamento do parente que compareceu, como se ele também fosse culpado pela chacina.<br />
Tão monstruosa quanto a frieza do assassino, foi a multidão enfurecida. Não quero entrar no mérito sobre os sentimentos daquelas pessoas. Só faço este comentário para reforçar meu entendimento de que uma massa que não pensa no que faz é tão estúpida quanto os mais levianos dos homens.<br />
No primeiro post que fiz, eu disse ter medo daqueles que conseguem convencer uma massa que não tem inteligência para processar as ideias que lhe são postas.<br />
É preciso repensar aquela máxima que a imprensa e alguns setores da sociedade ainda tentam impor ao afirmar que a vontade popular justifica tudo.<br />
A vontade popular tem que, sempre, absolutamente sempre, passar pelo crivo de princípios e discussões abalizadas.<br />
Deixar que a opinião pública seja o parâmetro das decisões da nossa sociedade é deixar que a irracionalidade apaixonada supere a razão e os princípios que devem nortear nossas ações.<br />
Pelo julgamento daqueles que estavam na porta da escola, o parente do assassino teria sua pena de morte.Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-46144020643056236562011-03-26T12:18:00.000-03:002011-03-26T12:18:40.309-03:00Afastado.Afastado por razões profissionais, tenho vivido um desafio muito gratificante que um dia relatarei aqui. Mas o que me traz de volta aqui é a decisão do STF desta semana que confirmou a supremacia da Constituição sobre o populismo. Ao confirmar que uma lei, por mais bem intencionada que seja tem que respeitar princípios constitucionais, o STF acena com a garantia da segurança jurídica e a coragem de juízes que não se dobram à pressão popularesca da mídia. Quem puder, não deixe de assistir no youtube os seis votos que foram vencedores. Qualquer dia estou de volta, principalmente se houver uma boa-nova deste naipe novamente.Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-7931284356462323082011-02-08T11:50:00.000-02:002011-02-08T11:50:03.618-02:00Inversão de valoresDias desses estava lendo um reportagem sobre um acidente de carro na Beira Mar que relatava que um jovem de 18 anos ficou ferido e foi levado ao hospital. O acidente ocorreu de madrugada. Até aí nada de novidade. O que me chamou atenção foi um comentário de um leitor que reclamou da falta de policiamento nas madrugadas de Florianópolis. Também nada demais. Só que para meu espanto a reclamação dele foi no sentido de que se houvesse maior policiamento <i>"um pai não teria que ir buscar seu filho ferido num hospital, mas no máximo numa delegacia..." </i>Acreditem! O camarada tirou toda a responsabilidade de cima dos pais e jogou para cima da Polícia. Ah, se a moda pega...Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-40943877060216892942011-02-08T09:47:00.000-02:002011-02-08T09:47:16.506-02:00Deus nos livre...<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 3px; -webkit-border-vertical-spacing: 3px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">*Deus nos livre de um Brasil evangélico*</span><br />
<div style="-webkit-border-horizontal-spacing: 3px; -webkit-border-vertical-spacing: 3px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><div class="h5" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Ricardo Gondim<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Jesus. Povo de Deus, declare isso”.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />evangélico.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />“ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Derridá nunca teria uma tradução para o português.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu;<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />e Gabinetes para saber que isso aconteceria.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar:<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />brega, chata, horrorosa, irritante.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />moralista.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />escravo.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto,<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />incentivador.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />*Soli Deo Gloria*<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />7-02-11</div><div class="h5" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</div><div class="h5" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><a href="http://ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=65&sg=0&id=2400">fonte</a></div></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-36680571571178972862011-01-28T14:36:00.000-02:002011-01-28T14:36:58.954-02:00Ganhei coragem - por Rubem Alves<div style="margin-left: 10px; margin-right: 10px;"><span style="color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Ganhei coragem<br />
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“Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece“, observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Albert Camus, ledor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora quando a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos“. Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem. Vou dizer aquilo sobre que me calei: <b>“O povo unido jamais será vencido“: é disso que eu tenho medo</b>.<br />
<br />
Em tempos passados invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o “povo“ tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo... Não sei se foi bom negócio: o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de televisão que o povo prefere.<br />
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A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse, na montanha, para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os 10 mandamentos. E há estória do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante a amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou... Passado muito tempo Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos... E que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: “Agora você será minha para sempre...“ Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus. Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta. Mas sabia que ela não era confiável. O povo sempre preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhes contavam mentiras. As mentiras são doces. A verdade é amarga. Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos o circo era os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo. O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro <i>O homem moral e a sociedade imoral</i> observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se “responsáveis“ por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo. Meu amigo Lisâneas Maciel, no meio de uma campanha eleitoral, me dizia que estava difícil porque o outro candidato a deputado comprava os votos do povo por franguinhos da <i>Sadia</i>. E a democracia se faz com os votos do povo... Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói o ideal da democracia. Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia - são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras. O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é o ideal democrático, que eu amo. Outra coisa são as práticas de engano pelas quais o povo é seduzido. O povo é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham. Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus Cristo foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a Revolução Cultural na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar. O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer. O mais famoso dos automóveis foi criado pelo governo alemão para o povo: o <i>Volkswagen</i>. <i>Volk</i>, em alemão, quer dizer “povo“...<br />
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O povo unido jamais será vencido! Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos... Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio, não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol (tive a desgraça de viajar por duas vezes, de avião, com um time de futebol...). Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e engolir sapos e a brincar de “boca-de-forno“, à semelhança do que aconteceu na China.<br />
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De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: “Caminhando e cantando e seguindo a canção...“ Isso é tarefa para os artistas e educadores: O povo que amo não é uma realidade. É uma esperança.<br />
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(Folha de S. Paulo, 05/05/2002)</span></div><div style="margin-left: 10px; margin-right: 10px;"><span style="color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div><div style="margin-left: 10px; margin-right: 10px;"><span style="color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><a href="http://www.rubemalves.com.br/ganheicoragem.htm">Tirei daqui!</a></span></div><div><span style="color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-84598888618771536312011-01-17T12:38:00.000-02:002011-01-17T12:38:18.532-02:00Samba Lamento<span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><br />
</span><br />
<div style="font-size: 15px; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><a href="http://www.gladircabral.com.br/2011/01/16/samba-lamento/" style="color: blue;">Ouça!</a><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"> e ganhe 3 min. e 41 seg. de sua vida</span></span></strong></span></span></strong></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</strong></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</strong></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Samba lamento</strong></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="color: white; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">.</span></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quando o Rio chora de tristeza,</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Lágrima no rosto de Teresa</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Pedra e lama derramadas pela imensidão</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Fazem abafar até o som do violão.</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Sofrimento imenso e absurdo</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Inundando as ruas de Friburgo.</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Grito de socorro que atravessa a escuridão</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Desce com o morro sem qualquer explicação</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="color: white; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">.</span></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Meu samba é só lamento,</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Lama e suor, sentimento</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Pelo que sofre escondido</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">A prece vai ao vento</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Feito canção, pensamento</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Só um desejo de abrigo</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="color: white; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">.</span></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Choro com o Rio de Janeiro</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Lágrima no rosto de Dom Pedro</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quando um pai aflito estendeu a sua mão</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Para abraçar só o vazio da solidão</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Ouço o soluço do Caleme</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Onde o morro morre e a terra geme</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Pobre mãe que olha da janela a agitação</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Invadir assim o seu pequeno coração</div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="color: white; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">.</span></div><div style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 15px; font-style: italic; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Criciúma, 16 janeiro 2011.</div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-69593270216458317882011-01-13T11:45:00.000-02:002011-01-13T11:45:05.920-02:00Nosso rol secreto de arrependimentos<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">Copiei e colei:</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-size: 12px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">*Não conheço pessoalmente o juiz Rosivaldo Toscano Junior, mas seu blog está listado aí ao lado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">"Estava numa comarca do interior, no início de carreira. Deparei-me com o caso de um acusado que, juntamente com um desconhecido, ingressou numa padaria, anunciou um assalto, levou o dinheiro do caixa e, durante a fuga, tomou a moto de uma mulher, fugindo em disparada. A motocicleta foi largada um quilômetro depois.</span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">A tese do Ministério Público era de tinha havido dois roubos – o da padaria e o da moto, o chamado concurso material de crimes. A tese da defesa era de crime continuado., em que se condena por um só crime, com um pequeno aumento pelo segundo.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Quando fui fazer a sentença, veio à cabeça uma dúvida não aventada pelas partes: se a moto foi subtraída com a intenção de apenas garantir a fuga, já que ela foi encontrada intacta e devolvida logo depois, seria justo condená-lo por isso? Não seria essa segunda pretensa subtração caso de <i style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">post factum</i> impunível e que não foi levantada pela defesa em razão do despreparo técnico do defensor dativo? Ou seria arrependimento eficaz?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Ainda inexperiente e inseguro, </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">faltou coragem para rechaçar a pretensão do Ministério Público naquele momento, pois temia </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">um possível apelo e a reforma da sentença pelo tribunal, que tinha uma linha muito dura nesses casos</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">. Aí se deu meu erro: </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">fui me aconselhar sobre a existência do <i style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">post factum </i>impunível logo com quem? Com o amigo e combativo promotor de justiça, que também chamamos de Parquet. Obviamente, como era parte na causa ele reiterou sua tese e procurou rechaçar as teses de crime continuado e de <i style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">post factum</i> impunível. Destacou que o acusado era reincidente e que também respondia por um furto cujo interrogatório já estava aprazado. </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Informalmente, e sem perceber, aquele diálogo com o Parquet terminou sendo mais importante para a formação de um juízo sobre o destino da causa do que a leitura fria das razões das partes.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Um juiz deve perder tudo, menos a isenção. Por dar tratamento privilegiado ao Parquet em relação à defesa, foi exatamente isso que me aconteceu naquela tarde. Resultado: condenei o réu duas horas depois, amparando na íntegra a tese do MP de dois roubos qualificados, a uma pena de uns treze anos de reclusão.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />O inconsciente, contudo, não me absolveu. </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Algo estava fora do lugar. P</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">rocurei, no início, racionalizar e justificar que aquele homem merecia a pena maior porque era degenerado. Mas depois passei a s</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">entir um certo desconforto ao pensar no caso nos dias que se seguiram à assinatura da sentença. Ele foi crescendo. Até esperei um recurso da defesa, mas ela silenciou. Houve o trânsito em julgado e, assim, a decisão se tornou imutável. Não havia mais o que fazer. Logo d</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">epois me arrependi conscientemente da decisão. A angústia era sintoma de que havia </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">cometido um grave erro: transigido com as minha próprias convicções. </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Senti a angústia em silêncio, na solidão da toga.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Dias depois veio o interrogatório do acusado no segundo processo que o envolvia. Era um furto cometido por ele na mesma época. Confessou tudo. Encerrada a audiência, ele pediu humildemente para falar comigo e disse, com olhos rasos d’água, exatamente o que eu não queria ouvir:<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />- Doutor, o senhor cometeu uma grande injustiça comigo naquele outro processo. O senhor me condenou por dois roubos, mas só peguei a moto para fugir! Eu depois a larguei com a chave na ignição.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Poderia ter me escondido por trás de uma resposta fria e ratificadora da decisão já tomada. Até me veio isso. Poderia simplesmente repetir os fundamentos do <i style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">parquet</i>. Mas não seria honesto com ele. Foi duro dizer, mas respondi:</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">- Você tem razão. Eu errei. Na época não avaliei bem. Analisando melhor hoje, não o condenaria pelo roubo da moto. E o pior é que não há nada a fazer em relação a esse caso. Já até estudei uma revisão criminal. Seria uma espécie de reavaliação do seu caso. Mas nem isso cabe porque embora concorde com você hoje, a tese do Promotor está juridicamente embasada e só caberia uma revisão se fosse uma coisa absurda.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Eu sabia que quando respondesse à primeira pergunta, seria fatalmente feita uma segunda. E já sabia até seu teor:</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">- Dá pra dar um jeito em relação a essa acusação de agora? Sei que vou ser condenado de novo.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">- Saiba que se fosse possível, o faria, mas infelizmente não é possível compensar as penas. Cada caso é um caso. Saiba também que irei carregar comigo essa culpa.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O leigo não percebe, mas a função de julgar é, muitas vezes, indigna. Um ser repleto de imperfeições julgando o outro...</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Foi duro, na posição de juiz, admitir o erro para o próprio acusado, mas acho que ele merecia essa consideração. Foi uma medida de respeito à sua individualidade. E essa abertura para com o outro me permitiu tirar uma lição a partir desse caso: o juiz deve sempre dar paridade de armas às partes. </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Acho que essa experiência também me fez um juiz muito mais reflexivo, isento e atencioso com as partes e com as causas, respeitando as regras do jogo. A isonomia de tratamento das partes e a cautela para evitar prejulgamentos são as bases que </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">que alicerçam uma decisão justa.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Agindo assim, diminuí, acredito, a probabilidade de novos erros. Mas não há como evitá-los de maneira absoluta: os tropeços fazem parte até mesmo das melhores trajetórias de vida. Saibam: somente os juízes absolutamente inexperientes não tem seu rol secreto de arrependimentos. E para alguns, inconfessáveis até para si próprios.</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">É como digo na chamada do blog:</span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /></span><br />
<blockquote style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family: Geneva, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 1em; margin-left: 40px; margin-right: 40px; margin-top: 1em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span id="fullpost" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">'Por trás da magnificência de uma toga há, na essência, sempre, um homem, igual a qualquer outro, repleto de anseios, angústias, esperanças e sonhos.' "</span></blockquote>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-54966326428379019722011-01-04T10:16:00.000-02:002011-01-04T10:16:21.961-02:00Net EmbratelHoje pela manhã recebi um telefonema da Net Embratel com uma gravação que pedia para eu telefonar para 3203 0222. Estranhei, mas liguei, e para minha surpresa, a empresa estava propondo o parcelamento da minha fatura com vencimento para AMANHÃ.<br />
<br />
Confesso que custei a entender a proposta, pois, a moça, muito mal educada, já atendeu o telefone com uma má vontade como se eu fosse um fora da lei. Como o objetivo não era vender nada, a educação foi pelo ralo.<br />
<br />
Até aí tudo bem, mas quando ela fez a proposta de eu parcelar meu "débito" em 6 vezes ou pagar à vista sem juros, a minha ficha demorou a cair. Perguntei, então, de qual fatura ela estava falando.<br />
<br />
"- Net Embratel com vencimento em 05 de janeiro de 2011, senhor!"<br />
"- Mas esta fatura não vence amanhã?!"<br />
"- Sim, senhor..."<br />
(silêncio para meu cérebro processar situação tão complexa)<br />
"- Olha, moça, eu não tenho interesse..."<br />
"- A Net agradece." tu tu tu tu tu...<br />
<br />
2011 promete...Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-9202792428153179412011-01-04T03:21:00.000-02:002011-01-04T03:21:47.750-02:00A televisão me deixou burro...Estava lendo comentários numa comunidade do orkut e me deparei com o diálogo de dois caras que comentavam que tinham se saído mal num vestibular, quando um deles admitiu que perdeu tempo de estudo por causa da televisão:<br />
<br />
" - a tv acabo acabo comigo"<br />
<br />
Antes que seu amigo dissesse alguma coisa, ele mesmo se corrigiu:<br />
<br />
" - a tv acabo acabô comigo"<br />
<br />
É... Realmente "épacabá né ô"!Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-42311151492928123992011-01-03T18:15:00.000-02:002011-01-03T18:15:03.124-02:002011 - SEUS PROBLEMAS ACABARAM!Trabalho duro, dedicação, estudo sério e honestidade ou será melhor procurar o Pai Ambrósio:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiERoS7FofqEJsxTMmgMDBBG88zBSrvkBW8kZ-y8Yp_XMqrt_DT1wXG79JYh-WRmDDK9Wcn4REGJpBnhpJCqVsBq7j7SOpGw1ncftI30Bon4f5iJtWkrxeR1jCx2RDG9Vkg1qFLubDY4YKW/s1600/pai+ambr%25C3%25B3sio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiERoS7FofqEJsxTMmgMDBBG88zBSrvkBW8kZ-y8Yp_XMqrt_DT1wXG79JYh-WRmDDK9Wcn4REGJpBnhpJCqVsBq7j7SOpGw1ncftI30Bon4f5iJtWkrxeR1jCx2RDG9Vkg1qFLubDY4YKW/s320/pai+ambr%25C3%25B3sio.jpg" width="238" /></a></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-10854464461228288252010-12-26T01:47:00.000-02:002010-12-26T01:47:35.250-02:00O correto e o justo<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">Coincidentemente, dois juízes encontram-se no corredor do acesso a um motel e, constrangidos, reparam que cada um estava com a mulher do outro.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">Após alguns instantes de silêncios e de "saia justa" mas, mantendo-se a compostura própria de magistrados, em tom solene e respeitoso um diz ao outro:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">- Nobre colega, não obstante este fortuito imprevisível, sugiro que desconsideremos o ocorrido,crendo eu que o CORRETO seria que a minha mulher venha comigo, no meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência no seu.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">Ao que o outro respondeu:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">- Concordo plenamente, nobre colega, que isso seria o CORRETO sim, no entanto, não seria JUSTO, levando-se em consideração que vocês estão saindo e nós estamos entrando...</span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"> </span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-91792019679600384662010-12-24T11:47:00.000-02:002010-12-24T11:47:09.637-02:00FELIZ NATAL?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Já comprou todos os presentes sem esquecer o de ninguém? Já comprou todas as coisas no supermercado para a Ceia? Não faltou nada de última hora? Já pagou o décimo terceiro de seus funcionários? O dinheiro gasto com presentes, comes e bebes não fará falta nas contas do mês? Já enviou ou respondeu todas as mensagens automáticas dos seus contatos de e-mail, do Orkut, do Facebook, e tantos outros? Já se desculpou com sua mulher e com seus filhos pela briga que tiveram por conta de onde passariam o Natal? Já fez a revisão do carro para não ficar na mão no meio da viagem? Já colocou a bebida para gelar evitando que esteja quente na hora do brinde acompanhado de uma Oração ou um discurso em homenagem ao Aniversariante, que, na verdade, não está nem aí para muitas destas coisas? Já? Então, está preparado o Feliz Natal? Infelizmente, não!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A festa de Natal é a única data em que várias pessoas comemoram o aniversário de um ilustre desconhecido com o qual não têm amizade nem intimidade alguma, muito menos relevância nas suas vidas. Você já comemorou o aniversário de quem não conhece? Pois é, pode até ser uma festa “legalzinha” ou ainda uma festança, mas será só mais uma onde ninguém desejará a você – “Feliz aniversário do fulano!”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Se o Aniversariante deste final de semana tem importância na sua vida, vou desejar um Feliz Natal, mas se não, só posso desejar um bom Engov para você.</span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-52226093882946610202010-12-13T12:11:00.000-02:002010-12-13T12:11:37.764-02:00Entrevista ao Jornal Tribuna do NorteNão deixem de ler a entrevista do juiz Rosivaldo Toascano JR ao Jornal Tribuna do Norte.<br />
<br />
Só para terem ideia do que eu estou sugerindo:<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">“Eu acho que cada sociedade possui a criminalidade que produz e merece. Essa não é uma frase minha, é do criminalista espanhol Antônio Garcia-Pablo de Molina. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Na verdade, eu não fiz uma critica ao Ministério Público, ao Promotor A ou B, ou à polícia. Foram dois casos que recebi da Central de Inquéritos do Ministério Público para despachar no mesmo dia. Inclusive narrei no blog. Um deles envolvia um pequeno amasso na grade de um portão de um posto de saúde. O outro era a investigação do homicídio de um bebê, parado há nove meses na referida Central. No primeiro, houve o oferecimento de denúncia por dano qualificado, com movimentação de toda máquina estatal já insuficiente para dar conta dessa demanda que considerei irrisória. De outro lado, estava sendo devolvido após nove meses sem solução, sob a alegação de excesso de trabalho. Absolvi de plano o réu do caso do amasso do portão e devolvi os autos do inquérito à Central de Inquéritos, manifestando minha insatisfação pela paralisação por tantos meses em um caso tão grave. Senti que a lógica estava invertida.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Tem que haver uma virada do nosso modelo de persecução penal. A criminalidade nunca vai terminar, faz parte da vida do homem em sociedade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No Brasil a cada novo problema que surge, surge um crime junto, e a população acha que isso vai resolver, mas não vai. A demanda fica tão grande que a polícia não consegue dar conta nem de uma parcela mínima desse rol. E termina trabalhando com casos pontuais, sejam os mais simples, que fazem volume estatístico, ou os mais rumorosos, em que há pressão da opinião pública. E com isso termina ocorrendo impunidade em casos mais complexos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Se cada um de nós realizar um exame de consciência e fizer seu histórico de atos impensados, verá que tem seu prontuário de pequenas infrações: aquele dia em que bebeu demais e dirigiu, por exemplo. É interessante quando eu dou uma palestra sobre isso, eu pergunto, “quem aqui já bebeu e dirigiu?”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ouço risos constrangidos das platéias, após uns doze exemplos de infrações mais comuns, desde embriaguez ao volante, passando por sonegação fiscal quando se dispensa nota fiscal para aumentar o desconto ou a receptação quando se compra uma bolsa ou um relógio falsificado, que eufemisticamente chamam de réplica. Existe o mito do legislador racional. Pensamos que há um estudo. Mas pode ter certeza de que 90% dos tipos penais e das penas a eles atribuídas são originários muito mais de pressão social do que de um estudo sério de política criminal. E terminamos criando a política do encarceramento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sintomático é o modo como lidamos com os dependentes químicos que furtam ou roubam para manter o vício. Não é racional simplesmente prender o indivíduo que precisa muito mais de um tratamento do que de uma cela, e a gente não pensa, põe na cadeia e não resolve o problema. Vai sair, continuar dependente e subtraindo. Não sabe o que fazer? Cela nele! </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Banalizar o encarceramento é deteriorar o ser humano. E se o indivíduo sair pior do que entrou a própria sociedade sofrerá as consequências. É um ciclo vicioso custoso, desumano e inútil. Estou aplicando a lei de drogas aos crimes contra o patrimônio e determinando que o condenado não só cumpra uma pena, mas, principalmente, passe também por um tratamento contra a dependência química. Temos que combater a causa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">O encarceramento prolongado tem que ser aplicado em situações extremas, como exceção. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Agora o que acontece é que a nossa legislação e a população em geral têm a idéia de que somente em se colocando alguém na cadeia a gente o corrige.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Agora só para completar, os meios de comunicação transmitem a gente mais insegurança. O medo se tornou quase uma paranóia. Hoje em dia acontece um caso num local distante, mas tomamos como realidade nossa. Uma vez perguntei numa palestra que eu dei na FARN, com duzentas pessoas presentes, quantas foram assaltadas nos últimos dois anos. Apenas duas pessoas tinha sido. Mas a sensação que as pessoas têm é outra. Você hoje está vendo o caso de Elisa Samúdio, ex-namorada do goleiro Bruno; veja o exemplo do caso dos Nardoni. Eu vi na televisão um cara com uma faixa, “Isabella eu te amo”, e o repórter perguntou: “- o senhor a conhecia? - não.” Mas ele atravessou a cidade para estar lá. [...] mas a idéia que me passa, no caso dos Nardoni, é que dificilmente iriam ser absolvidos, independentemente das provas. O jurado, sem perceber, termina formando um prejulgamento em razão do bombardeio de notícias desfavoráveis aos acusados. A sensação que tive foi de que já foram ao júri fadados à condenação. A população vê tanta injustiça no seu dia-a-dia, mas dessa vez a justiça vai existir, e a população terá o gozo, naquele momento, como se ela quisesse se vingar. Tanta coisa ali foi deslocada, é o termo psicanalítico, para os Nardoni que eu acho que dificilmente eles teriam enfrentado um júri verdadeiramente isento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[sobre a pena]O discurso é de ressocialização, claro. Bonito. A prática, porém, é de mera exclusão e degeneração, prejudicando a própria sociedade. Não tem cabimento sustentarmos um discurso quando vemos uma total disparidade com a prática.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Olha, em 2006 eu era juiz em Mossoró, quando respondi pela Vara de Execução Penal durante três meses. Fui ao presídio Mário Negócio levando uma folha de reclamações em branco para cada um dos duzentos presos. Quando entreguei na primeira cela, um preso falou: “doutor, ninguém sabe escrever aqui”. E nessa brincadeira, dos duzentos presos só cinco sabiam escrever. Essa é uma constatação de como o sistema é injusto. Tive um caso marcante: um rapaz era travesti, estava sendo acusado de ter participado de um roubo, tinha sequelas de uso de silicone industrial, que o deformou e, segundo ele, foi espancado. Teve um AVC em razão disso. Reclamou de racismo. Ainda por cima era soropositivo HIV, mal sabia assinar o nome, e era pobre de Jó. Então quando ele entrou aqui, arrastando-se com um lado do corpo paralisado, foi penoso assistir à cena. Nas alegações finais o defensor público falou: “na escala dos excluídos, ele é um ícone”. Eu pensei na situação dele na cadeia. A própria vida já o puniu demais. Condenei-o, mas não apliquei pena, pois não havia necessidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">As pesquisas mostram que mais importante que uma pena elevada é a celeridade na punição. A gente peca em situações nas quais o camarada cometeu infração há não sei quantos anos, pois a lei permite que a pessoa seja punida vinte anos depois. Imagine punir um sujeito vinte anos depois. A gente vai punir outra pessoa, não é mais aquela não.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Mais importante do que o tamanho das penas é a certeza da punição. Então, o que se deve fazer é enxugar os tipos penais, tirar muitos desses crimes, passá-los para a esfera civil para, isso sim, a polícia ter condições de abordar e investigar as situações mais graves sem demora e com profundidade, o Ministério Público de denunciar rapidamente e o Judiciário de julgar também com celeridade. E dar prioridade ao combate da criminalidade em larga escala, tanto a de arma quanto a de caneta.”</span></div><br />
Para ler na íntegra, dá uma espiada no blog que está listado ao lado ou vá no site:<br />
<a href="http://rosivaldotoscano.blogspot.com/2010/12/entrevista-ao-jornal-tribuna-do-norte.html">Entrevista ao Jornal Tribuna do Norte</a>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-89389913360655073362010-12-11T00:46:00.000-02:002010-12-11T00:46:32.628-02:00Justiça, Coragem e Independência<div style="text-align: justify;"></div><span style="font-family: PalatinoLinotype-Roman;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Roman;"><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Trago um aperitivo do brilhante, corajoso e independente voto do Ministro do STF, Gilmar Mendes no caso Roriz, candidato ao Governo do DF.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><div style="text-align: justify;"></div></span></span><span style="color: black;"><strong><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;">RECURSO </span></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;">E</span></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;">XTRAORDINÁRIO </span></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;">630.147 DF</span></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"></span></span></strong></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"></span><strong> </strong><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold; font-size: medium;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Bold; font-size: medium;"></span></span><span style="font-family: PalatinoLinotype-Roman; font-size: medium;"><span style="font-family: PalatinoLinotype-Roman; font-size: medium;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhor Presidente, desde logo, já se disse que, na guerra e também nas grandes controvérsias públicas, em geral, a verdade é uma das primeiras vítimas. E, neste caso, se instaura uma grande confusão. Quando se faz reserva ou restrição a essa chamada "Lei da Ficha Limpa" não se está, obviamente, advogando qualquer tese em favor de ato de improbidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">Ou defendendo-se o ficha suja. Mas é claro, na guerra retórica que se estabelece, faz-se essa seleção de maneira absolutamente indevida. Quem está defendendo aplicação da Constituição, especialmente do artigo 16, ou mesmo da concepção sobre ato jurídico perfeito, obviamente, não está defendendo ímprobos, está apenas defendendo a Constituição, o Estado de Direito, que é a missão desta Corte.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">Em relação à matéria penal, lembro-me de que o Ministro Sepúlveda Pertence sempre citava uma frase de Frankfurter, célebre Juiz da Corte Suprema norte-americana, que dizia: “as garantias penais, em geral, eram asseguradas não a Madre Teresa de Calcutá, mas a pessoas que haviam cometido, em princípio, delitos”. É esse o contexto que se coloca.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">Então, é preciso que essas coisas se estabeleçam, para que nós não sejamos vítimas dessa retórica fácil, desse populismo, que não pode ser populismo judicial.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">Já se falou muito, aqui e fora, por exemplo, que o fato de ser uma lei de iniciativa popular daria uma grande legitimidade, uma legitimidade diferenciada a esta norma. Não penso assim, Senhor Presidente, Senhores Ministros. Lei está submetida às regras constitucionais. Devemos estar muito atentos a este tipo de fenômeno.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">[...]</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri; font-size: small;">É preciso que tenhamos bem essa dimensão. Fosse a lei aprovada por unanimidade do Congresso Nacional, ainda assim estaria submetida à Constituição. A missão da Corte Constitucional é uma missão contramajoritária. Por isso, ela tem as suas garantias. Sua função não é mimetizar decisões de palanques, decisões do Congresso. É uma função pura. Muitas vezes tem que se contrariar aquilo que a opinião pública entende como "a salvação" para, às vezes, salvar a própria opinião pública, porque esse tipo de violência começa com o nosso vizinho e depois chega a nós. É preciso que nós tenhamos, então, essa dimensão. É preciso sempre colocar essa questão, essa tensão existente entre jurisdição constitucional e democracia; jurisdição constitucional e política; pois toda ela se renova e se coloca aqui. Agora, é uma missão contramajoritária. Se fosse para mimetizar, para ser decalque da decisão do Congresso, podia fechar o Supremo Tribunal Federal. Se a iniciativa popular tornar inútil a nossa atividade, melhor fechar o Supremo Tribunal Federal.</span></div><div align="left"></div></span></span></span></span>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-41356108895338216002010-12-08T11:35:00.000-02:002010-12-08T11:35:13.353-02:00Torcedor passional ou burro?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É impressionante como o torcedor é passional e por isso burro. Posso estar me referindo ao assassinato em BH de um torcedor do Cruzeiro por torcedores do Galo, mas o assunto não é este.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">No dia em que o Avaí garantiu sua participação na elite de 2011, logo após a virada histórica sobre o Santos FC, ouvi uma entrevista pela rádio CBN-Diário do Presidente do Conselho Deliberativo do Avaí, Sr. Alexandre Espíndola, feliz da vida por ter sido um dos responsáveis por trazer o Técnico Benazzi para a reta final do campeonato.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Dentre as várias coisas que falou, disse, respondendo a um repórter, que não iria assumir a Direção de Futebol do Avaí, e que a participação que teve na contratação do técnico se deveu à amizade entre os dois.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Pois bem, encerrada a entrevista, o primeiro a falar na CBN-B foi Roberto Alves que já entrou com os dois pés dizendo que o discurso do Alexandre Espíndola estava acobertado pela emoção do momento e não acreditava naquelas palavras.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Daí em diante, surgiu o boato de que Alexandre Espíndola, deixaria a presidência do Conselho Deliberativo e assumiria a Direção de Futebol. Pronto, foi o estopim que faltava para chover pedras e lagartos ao Presidente Zunino, ao Alexandre Espíndola e quem quer que atravessasse a frente dos espalhadores de notícias, também conhecidos como fofoqueiros, maria-vai-com-as-outras, bocas-alugadas e por aí afora.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Por mais de uma vez Alexandre Espíndola disse que não deixava o Conselho Deliberativo para assumir a Direção de Futebol, mas, quem deu crédito ao que ele falou?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Com a saída de Moisés Cândido, a ira aumentou, passando inclusive a tentativas de ofensa pessoal. Daqui a pouco vai ter gente querendo bater no cara.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Preciso deixar claro que não tenho procuração do Sr. Alexandre Expíndola para defendê-lo ou sequer falar em nome dele. A minha única intenção é fazer com que imbecis, que dão ouvidos à imprensa sem a capacidade de ouvir o outro lado, aprendam a pensar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Crucificar o cara por algo que ele não fez (deixar o Conselho Deliberativo e assumir Direção de Futebol) mesmo ele tendo afirmado que não o fará, me desculpem, é imbecilidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O tempo sempre foi o dono da razão. Se mais tarde, ficar provado que Alexandre mentiu ou enganou a torcida, aí os xingamentos terão razão. Se isso não acontecer, os xingamentos terão sido em vão.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Se não concordam com Alexandre Espíndola na Direção de Futebol, tudo bem, critiquem e argumentem contra esta possibilidade, mas <s>porra</s>, ouçam o cara antes de tudo. Isso é sinal de civilidade e de inteligência.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Um abraço.</span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-76597888435599126232010-12-07T11:27:00.000-02:002010-12-07T11:27:23.588-02:00Copa da FIFAA Rede Globo começou uma campanha subliminar para alterar leis penais brasileiras. A primeira ofensiva é em cima das execuções penais para tentar acabar com a progressão de regime das penas. Em toda a reportagem que veiculou no Fantástico, era informado o tempo total da pena do condenado que estava sendo beneficiado, mas não era dito quanto da pena que ele já havia cumprido. Esta informação sobre o tempo de pena cumprido é primordial para a concessão dos benefícios, e uma reportagem séria e isenta deveria ter fornecido estes dados.<br />
<br />
Quero deixar claro que não estou defendendo o descumprimento das regras de execução penal, mas sei que nem todos os apenados que usufruem dos benefícios da progressão da pena agem irregularmente. Por que a reportagem não fez referência à necessidade de profissionais da Psicologia, Assistencia Social, Psiquiatria e outros que possam avaliar quais apenados podem ou não receber os benefícios? Não fez porque o alvo da matéria jornalística não é a melhora do sistema penal e da sociedade, mas sim a preparação do povão para as imposições das leis penais que a FIFA promoverá até a Copa do Mundo de 2014.<br />
<br />
Minha crítica é com a massificação e generalização que o Rede Globo fez e faz, visando incutir na cabeça dos desavisados que as progressões de pena não devem existir; que os presos são irrecuperáveis; que quem for preso não deve ter chance de recuperação, deve apodrecer na cadeia, ser exterminado da sociedade.<br />
<br />
Isso me faz lembrar que, para que a Copa de Mundo pudesse ser realizada na África do Sul, aquele país teve que aceitar alterações na legislação penal que foram impostas pela FIFA. Meu medo é que o mesmo aconteça com o Brasil. Vamos ficar de olho.Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-85928799916822583062010-12-04T20:29:00.000-02:002010-12-04T20:29:42.255-02:00A PERGUNTA DO ANO!Qual a diferença entre uma tartaruga num poste e a bandeira do Figueirense no mastro da Ilha ?<br />
<br />
Desculpem a falta de originalidade, mas, foi mais forte que eu.Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-1329680375612247202010-12-04T20:22:00.001-02:002010-12-05T10:54:08.693-02:00UÉ ?Um símbolo do furacão não resistui a um Vento Sul? É bom começar a rever estes conceitos.<br />
<br />
Correção necessária e justa, antes que surjam reclamações:<br />
A 1a. foto é da Jamira Furlani, a 2a. é do @luciano_ignacio, e ambas eu peguei do blog TV Blogueiro do Rafael Botelho.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0bzTMCRKtSfyYMCybUIIG93Yhb7zF3FluudM5ao6bpiaDF96gpGvT83iw7AKS3LLabo-StUKKqiTxY_DXjnlx5gcrqiSomvaraxmOa8aRzqof4vKhenyTUFlVo7EPvkog79ImCw0QmPqd/s1600/Bandeira+ca%25C3%25ADda_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0bzTMCRKtSfyYMCybUIIG93Yhb7zF3FluudM5ao6bpiaDF96gpGvT83iw7AKS3LLabo-StUKKqiTxY_DXjnlx5gcrqiSomvaraxmOa8aRzqof4vKhenyTUFlVo7EPvkog79ImCw0QmPqd/s320/Bandeira+ca%25C3%25ADda_1.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQsI8SBlYX5LxdZjcIi2sgqGfZdCWyyz60ATOaINHk8QLn9sI-14KEFozxDrmadVxwquuDRA-woPhY8B3tpwS29CiMyDEpoBBytKJhSlgQopNk9c-xeor7Hxbq2Mmwa-3t5tOVuYVfWFHQ/s1600/Bandeira+ca%25C3%25ADda_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQsI8SBlYX5LxdZjcIi2sgqGfZdCWyyz60ATOaINHk8QLn9sI-14KEFozxDrmadVxwquuDRA-woPhY8B3tpwS29CiMyDEpoBBytKJhSlgQopNk9c-xeor7Hxbq2Mmwa-3t5tOVuYVfWFHQ/s320/Bandeira+ca%25C3%25ADda_2.jpg" width="320" /></a></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-11412114549577502652010-11-23T00:09:00.000-02:002010-11-23T00:09:27.952-02:00Juca KfouriJuca Kfouri comentando as marmeladas de entrega de jogos:<br />
<br />
"Expediente que está longe de ser ético, mas que virou padrão no patropi, um país em que torcedor vai a campo torcer contra o próprio time e depois se queixa dos políticos que ele mesmo elege, sua alma e sua palma."<br />
<br />
confira: <a href="http://blogdojuca.uol.com.br/2010/11/consideracoes-quase-finais-sobre-ontem-no-brasileirao/">http://blogdojuca.uol.com.br/2010/11/consideracoes-quase-finais-sobre-ontem-no-brasileirao/</a>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-19656543257032254582010-11-22T01:03:00.000-02:002010-11-22T01:03:35.927-02:00OBRIGADO, DEODORO<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Estive hoje na Ressacada para mais um momento épico na Ilha Formosa. Queria falar sobre muitas coisas que vi lá. Torcida, Time, ambos com maiúscula mesmo, fogos, gols, carrinhos, porrada, expulsão, raça, pênalti perdido e muita alegria.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Mas por agora só consigo fazer uma coisa: agradecer por uma cena que poucos viram. Poucos mesmo. Acho que só eu e meu irmão Guto, mas foi uma das melhores e mais alegres cenas que eu sequer imaginaria ver.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Meu pai Deodoro, que completou 71 anos dia 15 de novembro, e, que para subir e descer os degraus da arquibancada precisa da nossa mão para enfrentar a maldita diabetes, estava comemorando o terceiro gol e a vitória do Leão literalmente pulando com os pés em cima da cadeira. Parecia uma criança.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Quando olhei, ele estava cantando a última estrofe de uma música que repetia “... Leão eô, Leão eô...”. Em casa, jurou de pé junto pra minha mãe que a primeira parte da música, que “homenageia” um time do lado de lá da ponte, ele não cantou. Pois é, criança às vezes mente.</span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-29415290456687408522010-11-10T16:11:00.000-02:002010-11-10T16:11:15.743-02:00LIÇÕES<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Hoje meu filho completa seis anos. Queria falar dele talvez para prestar uma homenagem, mas não vou fazer porque ele não quer homenagens, quer presentes, sem saber que eventualmente são sinônimos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Quer presentes porque é assim que acha que as pessoas podem demonstrar algum afeto, e não porque quer aumentar a coleção de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hot Wheels</i> ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Max Steel</i>, tanto que ontem ao chegarmos em casa, tinha um cartão de Feliz Aniversário enviado pelo correio pela bisavó Margarida, muito mais valioso do que a caderneta de poupança que ela mantém para ele desde que nasceu. Mais uma lição. Mas de qualquer forma, uma homenagem aqui seria, com razão, desprezada por ele, por razões óbvias.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Então só restou falar de mim. Sou um cara em processo de amadurecimento. Dou mais atenção a argumentos infantis e desprezo mais a importância do quarto arrumado. O piso do banheiro encharcado não me irrita mais tanto. Só hoje reaprendi que o sofá foi feito para colocar os pés e para servir de trampolim. Havia esquecido que a comida fica mais gostosa em frente à televisão e melhor ainda se o queixo estiver lambuzado de molho de macarrão e que toalha molhada no chão não é crime, basta mandar juntá-la. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Lembrei também de vários princípios básicos da vida feliz: Pica-Pau é melhor que Jornal Nacional; tirar meleca com o dedo é mais legal que com um lenço; fazer xixi, só quando não dá mais pra segurar; banho é desnecessário quando o suor já secou; brincar é compromisso sério e inadiável; cumprir promessa é sagrado; brócolis e fígado não são comidas, são no máximo remédios; chuva não é veneno e escovar os dentes antes de dormir é chato pra dedéu, mas reduz o contato com aqueles monstros assustadores de máscara e broca na mão.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Seis anos e esse pirralho já me deu todas estas lições. Não quero nem pensar aos doze...</span></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-9219158302866168462010-11-10T10:54:00.000-02:002010-11-10T10:54:09.391-02:00FUSÃOE se a Volkswagem resolvesse fazer uma fusão com a Ford ou com a Dodge?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTkaJpJ075-7jo4-bGbsDei1FPTT44D9pfjLBkUefUSBeN7LKCYPbsks2aAAg4HHDNozX661Rf0XRnFaIzk84Qoq0CxxGQAa8O5DyzVbjHUyXwlOuigCM8uM8qwPeChUb41ae_TVQs459x/s1600/kombi+da+ford.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTkaJpJ075-7jo4-bGbsDei1FPTT44D9pfjLBkUefUSBeN7LKCYPbsks2aAAg4HHDNozX661Rf0XRnFaIzk84Qoq0CxxGQAa8O5DyzVbjHUyXwlOuigCM8uM8qwPeChUb41ae_TVQs459x/s320/kombi+da+ford.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc7KzmN-E-evhVgwGtc_C7d850V4ih1PxpxCsMAPWnpmoT_mdzuw0IreULz1RNzX-aQTstBLwFzfQv6Jq-cRc_s-6ONLbccfMabx_NS-ahIe2OUd3q06FmEjotCYM9bboLWBltDQ1fIhaQ/s1600/fusca+opala.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc7KzmN-E-evhVgwGtc_C7d850V4ih1PxpxCsMAPWnpmoT_mdzuw0IreULz1RNzX-aQTstBLwFzfQv6Jq-cRc_s-6ONLbccfMabx_NS-ahIe2OUd3q06FmEjotCYM9bboLWBltDQ1fIhaQ/s320/fusca+opala.jpg" width="320" /></a></div>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-74355196015945981622010-11-07T10:42:00.001-02:002010-11-07T11:09:48.859-02:00"Nordestino não deve votar!"<span style="font-family:arial;">Discordo do texto abaixo que li no blog Cultura do Controle, mas no entanto, a primeira parte - referente às bolsas-votos - me faz refletir e, quem sabe, até rever minha posição neste ponto.</span><br /><span style="font-family:Arial;"></span><br /><span style="font-family:Arial;">Por questão de fidelidade reproduzo o texto integral abaixo:</span><br /><span style="font-family:Arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">"O fato de Dilma ter sido eleita com grande parte do voto das regiões mais carentes do Brasil pode – e deve – gerar uma série de possíveis hipóteses:</span><br /><br /><span style="font-family:arial;"> Primeira: os bolsa-isso-e-aquilo não seriam uma forma subliminar de compra de voto? Para mim, a resposta é não, pois que se trata de uma política estatal de distribuição de renda, que – ao contrário dos outros modelos – canalizou verbas da nação para os mais aflitos. Se o governo tivesse ampliado o subsidio das passagens aéreas, se o governo tivesse aumentado o limite das compras no free-shop (o bolsa-muamba), se o governo tivesse ampliado ainda mais o subsídio ao diesel, para que as caminhonetes de luxo economizem às nossas custas (o bolsa-mitsubishi), se tivesse aumentado o índice de dedução da lei de incentivo à cultura (para que os atores do zorra-total possam ter seus espetáculos teatrais ainda mais financiados pelo uso de impostos das “empresas patrocinadoras”), se tivesse insistido, enfim, nos inúmeros bolsa-classe-média-alta, ninguém acharia compra de voto.<br /></span><br /><span style="font-family:arial;">Segunda: os nordestinos não sabem votar? Durante décadas se ouviu dizer que os nordestinos, por seu escasso acesso à educação, votavam em velhos coronéis que, dizendo-se seus “padrinhos”, apenas perpetuavam sua miséria. Então, surge um outro “coronel”, só que dessa vez paga para as crianças deixarem as carvoarias e irem para a escola; que tributa negativamente os miseráveis, gerando renda em forma de bolsa. E as pessoas dessas regiões compreendem a diferença entre os “ coronéis” e votam para que assim continue. Isso é não saber votar?<br /></span><br /><span style="font-family:arial;"> Mas o que mais assusta é o “ovo da serpente” da mentalidade fascista: bastaram as análises – muito mal feitas, por sinal – de que as regiões pobres é que elegeram a continuidade de Lula para que o fascismo de classe média voltasse à tona: nordestino não deveria votar! Fascismo em grande parte incentivado pela grande mídia que, descontente por ter perdido parte de suas bolsas-publicidade-do-governo e por não poder decidir nas suas reuniões privadas quem seria o presidente do Brasil (como fizeram com Collor), trataram dizer que o resultado da eleição mostra dois brasis: o do Lula e o desenvolvido.<br /></span><br /><span style="font-family:arial;"> Foi a vitória da opinião pública sobre a opinião publicada. Pois, leia a as manchetes das revistas e jornais dos últimos anos e note que, para a grande mídia, os únicos problemas relevantes sempre foram: atrasos nos aeroportos, reajustes nos planos privados de saúde, compra-e-venda de atletas e assassinatos com vítimas especiais (ou seja: não favelados). Não é à toa que leitores desses meios não consigam avaliar o significado de 100 reais na vida de uma família no interior do Piauí. Para tais leitores, política pública é melhorar as vias de acesso aos shopings, duplicar rodovias praieiras e baixar o preço da entrada no cinema.<br /></span><br /><span style="font-family:arial;"> Infelizmente, para o projeto da manutenção de dois brasis, os pobres estão aprendendo a votar. O “nordestino “ (denominação genérica do eleitor da Dilma de qualquer região) já não é mais controlado unicamente pela opinião da grande mídia. E chamar tal descontrole de analfabetismo político só indica uma coisa: que os “democratas” da oposição só aceitam a soberania das urnas quando saem vencedores." </span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"> Sandro Sell </span><br /><br />Este texto copiei e colei daqui:<br /> <a href="http://culturadocontrole.blogspot.com/2010/11/nordestino-nao-deve-votar.html?spref=bl">Cultura do Controle: "Nordestino não deve votar!"</a>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-58350565555868581562010-11-06T19:13:00.004-02:002010-11-06T19:37:27.704-02:00ENEM sim, mas e o ENME ?Quem vai avaliar o Ministério da Educação e os responsáveis pelo ENEM?<br /><br />O maior teste de avaliação deles foi a eleição presidencial que colocará Dilma na cadeira de Lula a partir de 2011, dando a aprovação para que as coisas se encaminhem no rumo que estão.<br /><br />Espero que neste ponto (como em alguns outros que não nos cabe aqui relacionar agora) haja uma reavaliação por parte de Dilma, afinal, a eleição dá à Presidente Dilma, e não aos eleitores, o poder de escolher os Ministros, dentre eles o da pasta da Educação, e como não há um Exame Nacional do Ministério da Educação - ENME -, a bola está com a Dilma.<br /><br />No site da Globo há um histórico dos problemas do ENEM:<br /><br /><a href="http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/11/historico-de-problemas-do-enem-inclui-vazamento-da-prova-em-2009.html">http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/11/historico-de-problemas-do-enem-inclui-vazamento-da-prova-em-2009.html</a>Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-550680346595794186.post-55618219165803539662010-11-05T02:19:00.001-02:002010-11-05T02:22:46.322-02:00Bandido e MocinhoRetornou aos noticiários um episódio em que um cidadão, ao avistar uma blitz, temeu se tratar de emboscada de bandidos disfarçados de policiais e deu marcha à ré para fugir, julgando que esta era a melhor atitude a ser tomada. Já os policiais, desconfiaram que o sujeito estivesse se evadindo por ser bandido e atiraram contra o malfeitor, julgando que esta era a melhor atitude a ser tomada.<br /><br />Todos tiveram algumas frações de segundos para tomarem suas decisões. A urgência foi a principal, mas não única culpada pelo julgamento errado que os envolvidos fizeram.<br /><br />O toque tragicômico desta história é que todos os envolvidos têm em suas profissões uma ligação direta com avaliação de fatos e de pessoas. O motorista é um juiz, os homens da blitz, policiais. Mas nenhum deles teve tempo suficiente de lembrar de um princípio fundamental que deve reger nossas vidas: todos são inocentes, até prova em contrário.<br /><br />É lógico que as razões que levaram o motorista a julgar e decidir que os policiais eram bandidos foram muito fortes e corretas. Se presumisse e errasse poderia estar morto. Já os policiais, não corriam risco algum. Mesmo que o motorista fosse bandido, ele estava “batendo em retirada” e não representava qualquer risco para os policiais. <br /><br />Por causa da mentalidade obtusa daqueles que julgam e condenam sem pensar porque repudiam a presunção de inocência – como se este princípio fosse um entrave para a realização da justiça –, é que surgem as tragédias e as maiores injustiças.<br /><br />Fiquei tentado em encerrar este post declarando numa frase de efeito qual a lição que devemos tirar deste episódio, mas, me recuso a fazer isso pela tamanha obviedade do tema, pois, correria o risco de afrontar a inteligência do leitor.Alexandre FC Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/02170553056999524595noreply@blogger.com0