sexta-feira, 8 de abril de 2011

A voz do povo.

Da satânica tragédia numa escola do Rio de Janeiro, queria falar sobre a irracionalidade. Mas não vou falar do animal que atirou nas crianças, quero falar de outros irracionais. É que os populares que estavam no fervor daquela  manhã aos redores da escola estavam totalmente transtornados, e não podia ser diferente.
Porém, a comoção que tomou conta deles quase causou outra tragédia quando um parente do atirador chegou à escola. A multidão que lá estava tentou o linchamento do parente que compareceu, como se ele também fosse culpado pela chacina.
Tão monstruosa quanto a frieza do assassino, foi a multidão enfurecida. Não quero entrar no mérito sobre os sentimentos daquelas pessoas. Só faço este comentário para reforçar meu entendimento de que uma massa que não pensa no que faz é tão estúpida quanto os mais levianos dos homens.
No primeiro post que fiz, eu disse ter medo daqueles que conseguem convencer uma massa que não tem inteligência para processar as ideias que lhe são postas.
É preciso repensar aquela máxima que a imprensa e alguns setores da sociedade ainda tentam impor ao afirmar que a vontade popular justifica tudo.
A vontade popular tem que, sempre, absolutamente sempre, passar pelo crivo de princípios e discussões abalizadas.
Deixar que a opinião pública seja o parâmetro das decisões da nossa sociedade é deixar que a irracionalidade apaixonada supere a razão e os princípios que devem nortear nossas ações.
Pelo julgamento daqueles que estavam na porta da escola, o parente do assassino teria sua pena de morte.